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BEM-ESTAR ANIMAL E QUALIDADE DA CARNE

29/11/2022 17:44

O bem-estar animal é resultado de várias ações no manejo dos animais, desde a chegada até a saída da propriedade, condução e recepção no frigorifico (manejo pré-abate). A responsabilidade para obter uma resposta positiva é de proprietários, funcionários e negociadores. Se feito todas as etapas de forma correta o nível de estresse diminui e consequentemente, a dor e alguns traumas nos animais também. Nos últimos anos, o mercado consumidor suplica para que o BEA (bem-estar animal) evolua aos animais de produção, gerando alimentos de melhor qualidade e produzidos de forma sustentável.

O pagamento ao pecuarista é realizado conforme o peso das carcaça dos animais, o que é mensurado ao final da linha de abate, após toda limpeza realizada (evisceração, retirada de todas as lesões, divisão da carcaça, qualquer alteração que aparecer ao longo da inspeção). Os traumas em bovinos são frequentes por conta do manejo errado que é realizado dentro das propriedades e no transporte até o momento do abate no frigorífico, entretanto cabe aos profissionais da área e que estão dia a dia com os produtores rurais ensinarem e incentivarem a melhor o manejo dentro e fora da propriedade, mostrando os pontos causadores de tais lesões e perdas durante o abate, para evitar perdas econômicas e assegurando produtos de maior qualidade (Alves et al., 2019).

Segundo Barbosa (2019) O BEA é a peça principal para entregar uma carne de qualidade na mesa do consumidor. A falta de cuidado com os animais durante qualquer manejo realizado pode levar a produção de carne inferior, existem diversos motivos que interferem na entrega de um produto final de qualidade: Manejo dentro do curral errado como vacinação em tronco coletivo o que deve ser feito animal por animal dentro de um tronco de contenção individual, algumas vacinas se mal executadas criam abcesso o que faz com que toda aquela parte

seja descartada durante a limpeza no frigorifico, brigas e traumas durante o transporte também causam hematomas no corpo do animal, fazendo com que esse pedaço machucado seja descartado, o estresse que é causado por fatores ambientais como umidade, temperatura, espaço e ruídos interferem na velocidade da queda do pH, durante o rigor-mortis e principalmente, na maciez da carne. A falta de água e o jejum muito longo causam diminuição no peso do animal e consequentemente, deixa a carne menos “suculenta”.

Quando se trata da qualidade da carne a definição vai além da aparência física, os fatores que importam é qualidade sanitária, nutritiva e organoléptica (tato, paladar, visão e olfato). É simples, as condições em que os animais de produção foram criados durante toda a cadeia produtiva define a qualidade do produto final. A prática errada em manejos (maus-tratos) com os bovinos além de demorar muito mais, diminui o rendimento de carcaça. Sempre é importante lembrar, que a relação entre funcionários e animais aumenta a eficiência de produção, pois algumas perdas causadas podem decorrer da ação direta do homem, a pressão que faz para que o animal faça tudo conforme ele quer pode acabar machucando pois acabam se batendo em porteiras, cercas e entre eles. Foi comprovado através de estudos que o estresse (mental, físico e psicológico) tem grande influência sobre a qualidade da carne.

ESTRESSE: Acontece durante toda a vida do animal e piora no manejo pré-abate durante o embarque, transporte, desembarque e sequentemente dentro do frigorífico em situações desfavoráveis. Quando apresenta muitos hematomas na carcaça do animal é a comprovação de que o manejo foi inadequado, é válido ressaltar que a liberação de hormônio durante um pico de estresse diminui a qualidade da carne.

A atitude em cuidar do animal não deve ser somente na fase do abate, mas em todo a vida produtiva do bovino evitando qualquer ferimento. Para exportar produtos de origem animal do Brasil, é notório a demanda de países padrões que exigem mínimos de bem-estar animal na cadeia produtiva, pois envolver vários códigos morais e éticos de todos esses governos, determinando que o

tratamento correto dos animais já não aceito como livre escolha do pecuarista (Pierre e Abreu, 2017).

De acordo com Alves et al. 2019, os animais que são abatidos no Brasil são transportados, a maior parte, em caminhões por todas as rodovias do país, a maioria delas são asfaltadas, mas em algumas situações o motorista enfrenta estradas precárias tanto no interior quanto nas rodovias, o que dificulta o transporte. Manejo pré-abate inclui o transporte da propriedade até o frigorífico, alguns fatores importantes de ser citado: distância, tempo percorrido, motorista, condições das estradas, temperatura também são causadores de níveis de estresses nos animais além das contusões de carcaças, traumas, edemas gerando queda do pH, interferindo na cor, qualidade e maciez da carne. Para reduzir o estresse do animal durante a viagem o ideal é que o caminhão tenha a carroceria com um borrachão para evitar o tombo do animal, respeitar o limite de animais por compartimento, se possível priorizar horários mais fresco para conduzir os animais.

O autor do artigo trouxe essas imagens que representam os pontos de hematomas nas carcaças de bovinos:

(fonte: Alves et al., 2019)

Esses edemas, machucados, hematomas e traumas que apresentam nas carcaças são resultados da falta do bem-estar animal, causam prejuízos no bolso do produtor rural as chamadas perdas econômicas diretas ou indiretas:

DIRETAS: estão relacionadas a perda de peso da carcaça, ou seja, cortes muito significativos.

INDIRETAS: essas são ligadas ao estresse causado ao animal durante sua vida produtiva até o abate, envolvendo qualidade do produto.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A importância de manejar os animais de produção focado no bem-estar animal desde sua fase de produção até o abate além de, trazer lucro ao bolso do produtor rural entrega na mesa do consumidor um produto de qualidade.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

Alves, L.G.C.; Fernandes, A.R.M.; Souza, G. de M.; Cunha, C.M., Foppa, L. “Bem-estar e manejo pré-abate e suas influências sobre a qualidade de carne e carcaça de bovinos de corte”, 2019. Disponível em: http://www.conhecer.org.br/enciclop/2019a/agrar/bem%20estar%20e%20manejo.pdf. Acesso em: 21 de novembro de 2022.

Barbosa, Juliana; “Bem-estar animal e qualidade da carne que consumimos”, 2019. Disponível em: https://foodsafetybrazil.org/bem-estar-animal-e-qualidade-da-carne-que-consumimos/. Acesso em: 21 de novembro de 2022.

Pierre, F.; Abreu, J.S.; “Manejo racional de bovinos de corte”, 2017. Disponível em: http://revista.fatecbt.edu.br/index.php/tl/article/view/496/333. Acesso em: 22 de novembro de 2022.


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